Bianca Bin interpreta sua primeira vilã
O perfil de um ator pode limitar muito os papéis que lhe são
oferecidos. Mas Bianca Bin conseguiu superar esse estigma. Depois de
viver três mocinhas seguidas, ela finalmente interpreta sua primeira
vilã na pele de Carolina, em “Guerra dos Sexos”, exibida pela TV Diário.
“Nunca tive medo de ficar marcada como mocinha, porque todos os meus
personagens eram distintos. Todas heroínas românticas, mas com universos
diferentes”, esclarece.
Entretanto, a trajetória meteórica na
televisão, levou Bianca a uma fama com a qual não estava acostumada.
Nascida e criada no interior de São Paulo, ela teve dificuldade em lidar
com uma exposição tão grande. “A rapidez foi assustadora. Mas é muito
legal também por causa da repercussão do trabalho, que é gratificante”,
justifica. Hoje, a atriz já consegue conviver melhor com o assédio dos
fãs e da família, já que suas personagens repercutem até dentro de casa.
“Quando eu fazia a Açucena, a minha avó chorava porque achava que eu
estava sofrendo. Agora, com a Carolina, ela está com raiva de mim”,
diverte-se.
Na trama, a atriz encarna uma moça pobre
que, para subir na vida, faz uso de métodos inescrupulosos. Tudo isso
de maneira muito sutil e dissimulada, já que poucos conhecem a
verdadeira índole de Carolina. “Para ela, as armações são sempre por uma
boa causa. Não é a maldade pela maldade, é para dar uma vida mais digna
à mãe, que reclama tanto de ser feirante”, analisa.
O convite para o papel surgiu do próprio
autor da novela. “O Silvio de Abreu me ligou dizendo que queria muito
que eu fizesse a Carolina. E eu fiquei muito feliz porque foi mais uma
grande oportunidade que ele me deu”, confessa a atriz, lembrando que os
dois já haviam trabalhado juntos em “Passione”, quando Bianca viveu
Fátima. E é ao autor que a atriz recorre na hora de pedir referências
para construir sua primeira vilã. “O Silvio me disse que está tudo no
texto. Quando a personagem vai aprontar, a cena diz que ela vai fazer
isso. E no momento em que está sendo sonsa, faz verdadeira para não
subestimar a inteligência do outro”, conta.
Uma das maiores dificuldades do papel,
para Bianca, é manter a personagem mau caráter de maneira crível, em uma
novela com tom cômico. “No núcleo da Mooca, tudo é muito lá em cima, as
atuações são vibrantes. Eu tento jogar com o outro que está em cena,
sem ir para o pastelão”, explica.
Desde que estreou como protagonista de
“Malhação” em 2009, Bianca não parou mais de trabalhar. Em quatro anos
de carreira na televisão, participou de quatro produções diferentes.
Logo depois de viver Marina na novela “teen”, a atriz foi chamada para
integrar o elenco de “Passione”. Mesmo sendo um folhetim das nove, com
muito mais visibilidade do que estava acostumada, sua atuação
impressionou. Não foi à toa que emendou a novela de Silvio de Abreu com
seu segundo papel de protagonista em apenas dois anos na tevê. Foi
quando interpretou Açucena, a princesa de “Cordel Encantado”, um sucesso
do horário das seis. “É uma carreira de sorte. Não que tenha sido
fácil, mas foi tudo tão de repente e precoce, que me sinto realizada e
sortuda”, admite.